PACIENTES AGONIZAM SEM ATENDIMENTO NO JOÃO PAULO II, APÓS GOVERNO “ESQUECER” DE RENOVAR CONTRATO

Mesmo ciente do fim do contrato com seis meses de antecedência, o Governo do Estado não concluiu o processo licitatório necessário para garantir a continuidade dos atendimentos.

PACIENTES AGONIZAM SEM ATENDIMENTO NO JOÃO PAULO II, APÓS GOVERNO “ESQUECER” DE RENOVAR CONTRATO
Porto Velho, RO — A crise na neurocirurgia do sistema público de saúde de Rondônia atinge níveis alarmantes. Pelo menos 20 pacientes aguardam, em estado grave, atendimento nos corredores do Hospital João Paulo II, principal unidade de urgência do estado. A situação, no entanto, não é surpresa — trata-se de uma tragédia anunciada.
Desde outubro de 2024, a empresa INAO Serviços Médicos Ltda, responsável pelas cirurgias neurológicas hospitalares e ambulatoriais no estado, informou ao Governo de Rondônia que não renovaria o contrato vigente. Entre os motivos alegados estão:
• Negativa de reajuste contratual por parte do governo;
• Exigências técnicas consideradas inviáveis;
• E incertezas no novo modelo de contratação apresentado pela Secretaria de Estado da Saúde (SESAU).
Mesmo ciente do fim do contrato com seis meses de antecedência, o Governo do Estado não concluiu o processo licitatório necessário para garantir a continuidade dos atendimentos. O resultado é o que se vê hoje: corredores superlotados, pacientes em macas improvisadas e ausência de estrutura mínima para garantir um atendimento digno.
Para tentar contornar a situação, o governo agora prepara às pressas uma contratação emergencial no valor de R$ 500 milhões, dividida entre duas empresas, inclusive a própria INAO. Um parecer jurídico da Procuradoria Geral do Estado (PGE) reconheceu que houve emergência ficta, uma vez que a situação era previsível, mas autorizou a contratação diante da gravidade do cenário e da falta de profissionais na rede pública.
Enquanto isso, a população paga o preço da má gestão, da lentidão burocrática e da ausência de planejamento estratégico. O caos instalado na saúde pública exige respostas urgentes e estruturais, que vão muito além de contratos emergenciais de última hora.
Imagens obtidas por nossa equipe mostram o drama vivido por pacientes e familiares no Hospital João Paulo II. São retratos de um sistema à beira do colapso, que clama por soluções reais e por respeito à vida.