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DO SOFRIMENTO AO SABOR: O recomeço de Keli Gonçalves pelas mãos que cultivam pimentas

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De vítima da violência doméstica a símbolo da agricultura sustentável em Rondônia, empreendedora rural faz da pimenta o tempero do recomeço — unindo fé, força e sustentabilidade.

ETIENE GONÇALVES SANTOS

Em Jaru (RO), Keli G. Baltazar (41) deixou o serviço público após vivenciar violência doméstica e recomeçou na zona rural, unindo fé, resiliência e sustentabilidade na Horta Moriá, onde produz molhos artesanais. O primeiro sucesso foi o de coco, seguido pelo de maracujá. Com cultivo 100% orgânico, transforma dor em propósito e inspira outras mulheres. “A pimenta representa meu recomeço aliado ao amor de Deus”, resume a empreendedora, que sonha em expandir sua fábrica.

A história de Keli revela a força da agricultura familiar e o valor crescente da pimenta, que movimenta cerca de R$ 80 milhões/ano, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Mesmo com mercado pequeno, o setor cresce: a pimenta vermelha é o terceiro tempero mais consumido no país, com uso na alimentação, na indústria farmacêutica e cosmética.

Os molhos de coco e maracujá são os favoritos! Mais do que um negócio, a Horta Moriá é a prova de que a resiliência e a fé transformam vidas. – Foto: Etiene Gonçalves/Notícias Porto Velho

A escolha de Keli pelo cultivo orgânico tem respaldo científico. Para o biólogo e doutor em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Marcelo L. Ferronato, “a agricultura sustentável é estratégica para a economia rondoniense” e “representa o elo entre produção e conservação, um desafio que o estado precisa enfrentar com inteligência”.

Ferronato diz que o cultivo 100% orgânico de Keli mostra o caminho para um futuro que une prosperidade econômica e respeito ao meio ambiente. – Foto: Divulgação/Notícias Porto Velho

Rondônia precisa de “novas formas de produzir” para compensar os impactos ambientais do avanço agropecuário na região. Sobre a viabilidade econômica para pequenos produtores, ele afirma: “Sim, em tese deve ser, desde que acompanhada de políticas públicas, assistência técnica e acesso a mercados diferenciados”.

Compilado de informações ofertadas pelo biólogo Marcelo L. Ferronato. Arte: Ismael Coelho/Notícias Porto Velho

Ferronato destaca que, com apoio, a sustentabilidade é mais rentável que o modelo convencional: “Reduz custos com insumos, melhora a fertilidade do solo e aumenta a resiliência frente às mudanças climáticas. O retorno econômico não vem apenas do lucro imediato, mas da estabilidade ecológica e social que sustenta o sistema produtivo a longo prazo”.

Nas plantações de Keli, a pimenta simboliza força, superação e um futuro sustentável.

Compilado de informações ofertadas pelo biólogo Marcelo L. Ferronato. Arte: Ismael Coelho/Notícias Porto Velho

  • Reportagem originalmente publicada em 24 de out. de 2025.

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